Os contos de fada, transmitidos de pais a filhos, pela voz, foram se constituindo num patrimônio precioso de cultura, veiculando experiência humana - e podendo significar para a criança um momento inaugural de "organização da experiência" que a literatura propicia. A proposta, aqui, é um estudo comparativo dos contos “Chapeuzinho Vermelho”, de Perrault, “Fita verde no cabelo”, de Guimarães Rosa, e Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, levando- se em conta que os autores brasileiros estabelecem um inevitável diálogo com o texto-matriz do século XVII. Com efeito, embora as três narrativas enfoquem a questão do crescimento da criança, são apontadas as visões diferentes que elas veiculam: 1. abordagem moralizante e pedagógica do conto de Perrault (os perigos da desobediência infantil, a questão da iniciação sexual); 2. viés metafísico do conto de Guimarães Rosa (confronto com a finitude e a morte, passagem do plano psicológico ao plano metafísico); 3. enfoque da eficácia simbólica da poesia, no conto de Chico Buarque (vitória sobre o medo infantil, mediante o poder da palavra). E tudo levando em conta o que diz Goethe, em sua Teoria das cores: "Quando o artista se deixa levar pelo sentimento, algo de colorido se anuncia".
Os contos de fada, transmitidos de pais a filhos, pela voz, foram se constituindo num patrimônio precioso de cultura, veiculando experiência humana - e podendo significar para a criança um momento inaugural de "organização da experiência" que a literatura propicia. A proposta, aqui, é um estudo comparativo dos contos Chapeuzinho Vermelho, de Perrault, Fita Verde no Cabelo, de Guimarães Rosa, e Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, levando-se em conta que os autores brasileiros estabelecem um inevitável diálogo com o texto-matriz do século XVII. Com efeito, embora as três narrativas enfoquem a questão do crescimento da criança, são apontadas as visões diferentes que elas veiculam: 1. abordagem moralizante e pedagógica do conto de Perrault (os perigos da desobediência infantil, a questão da iniciação sexual); 2. viés metafísico do conto de Guimarães Rosa (confronto com a finitude e a morte, passagem do plano psicológico ao plano metafísico); 3. enfoque da eficácia simbólica da poesia, no conto de Chico Buarque (vitória sobre o medo infantil, mediante o poder da palavra). E tudo levando em conta o que diz Goethe, em sua Teoria das cores: "Quando o artista se deixa levar pelo sentimento, algo de colorido se anuncia".
Este artigo postula discutir, sob o prisma da semiótica, o mundo maravilhoso do conto infantil, por meio do conto Chapeuzinho Vermelho que, por muitas razões, foi retomado tantas vezes, a serviço de outras enunciações. O texto procura depreender as relações com suas variantes intertextuais, pondo em prática um olhar dialógico sobre a linguagem de Guimarães Rosa, em Fita-Verde no Cabelo.
Este texto propõe uma análise intertextual de diferentes versões da história de Chapeuzinho Vermelho: do primeiro texto escrito, de Charles Perrault, até o último, o filme de Cory Edwards, Hoodwinked, passando pelos contos de Jacques Ferron, Guimarães Rosa, pela canção da bossa-nova “Lobobobo”, de Ronaldo Boscoe Carlos Lira, e pelo cartoon Red Hot Riding Hood, de Tex Avery.
Instituto de Letras. Curso de Pós-Graduação em Letras
A presente dissertação trata dos tipos de discurso que se evidenciam em nove versões da história infantil Chapeuzinho Vermelho, nem sempre com este título, escritas por Perrault, Grimm, José Fernando Miranda, Georgie Adams, João Guimarães Rosa, Pedro Bandeira, James Finn Garner, Chico Buarque e Carlos Lyra, ao longo de um período de quatro séculos, entre o século XVII e século XX. A primeira parte constitui-se de aspectos preliminares, como a narração de histórias, função dos contos de fada, bem como os pressupostos teóricos da Análise do Discurso (AD) e os princípios teórico-metodológicos, norteadores da análise, necessários para acompanhar a seqüência do trabalho. A segunda parte trata da análise propriamente dita. Os sentidos que se revelaram, mediante análise do discurso presente nas diferentes versões da história, evidenciam as diferentes condições em que foram produzidos. Foram identificados sentidos que apontam para uma repetição e também sentidos que apontam para uma renovação, outros, ainda, que se situam num ponto intermediário entre esses extremos.
A proposta é um estudo comparativo dos contos de fada Chapeuzinho Vermelho, de Perrault, Fita Verde no Cabelo de Guimarães Rosa e Chapeuzinho Amarelo de Chico Buarque, levando-se em conta que os dois últimos estabelecem um inevitável diálogo com o texto matriz, do século XVII. Com efeito, embora as três narrativas enfoquem a questão do crescimento da criança, serão apontadas as três visões diferentes que elas veiculam: 1) abordagem moralizante e pedagógica do conto de Perrault (os perigos da desobediência infantil, a questão da iniciação sexual); 2) viés metafísico do conto de Guimarães Rosa, (confronto com a finitude e a morte , passagem do plano psicológico ao plano metafísico); 3) enfoque da eficácia simbólica da poesia, no conto de Chico Buarque ( vitória sobre o medo infantil, através do poder da palavra).