Esse artigo realiza uma leitura da representação do espelho nos contos
homônimos de Machado de Assis, Guimarães Rosa e José J. Veiga, a fim de evidenciar
a dicotomia entre instrumento do autoconhecimento e de afirmação da vaidade. Dessa
forma, no conto de Machado, o autoconhecimento conclui o caráter dominante da alma
exterior. Rosa desenvolve o resgate do ser escondido atrás das máscaras da aparência, a
definição da identidade pela alma interior. J. J. Veiga, por sua vez, desloca o foco
narrativo para o objeto, mostrando-o capaz de revelar a alma interior. Logo, considerase
que o espelho expõe o desdobramento do sujeito entre corpo e consciência de si.