O objetivo deste trabalho é analisar trechos de duas versões de um texto de João
Guimarães Rosa: “Risada e meia”, publicado no jornal Correio da manhã, em 1954, e
“Aletria e hermenêutica”, o primeiro prefácio do livro “Tutaméia (Terceiras estórias)”, de 1967. Considerando as alterações percebidas, os textos são examinados pelo
viés da Crítica Genética e da Estilística Lexical, a fim de vislumbrar um dos passos do
percurso criativo de Rosa. Para isso, optou-se pelo trecho da “Anedota fósforo”,
comum às duas versões. Alguns dos resultados encontrados foram a adição, a exclusão
e a alternância de palavras, a sinonímia, a adjetivação, a metonímia e a mudança de
tempos verbais. A Crítica Genética defende que um texto nunca é definitivo, podendo
passar por diferentes alterações até se tornar o publicado pelo editor (de livro ou de
periódico). Logo, o texto considerado final de “Risada e meia”, publicado pelo jornal Correio da manhã, do Rio de Janeiro, passou, ao longo de 13 anos, por alterações
que o transformaram em “Aletria e hermenêutica”, o prefácio do último livro publicado em vida, de Rosa. Por outro lado, isso não garante que seja a versão final, mas
mais uma das etapas de seu processo criativo. Desse modo, observamos a construção
textual do léxico de Guimarães Rosa em trechos publicados em dois momentos distintos, utilizando para isso os aportes da Crítica Genética e Estilística.
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