Esta comunicação tem como suporte a seguinte afirmação de Riobaldo: “Diadorim é minha neblina”. Procurar-se-á demonstrar que nela se encontra o registro do relato da travessia de Riobaldo pelo Sertão como um tipo especial de verdade: Aletheia. Ela consiste num procedimento específico de registro da verdade a efetivar-se através do constante jogo entre manter-se ao mesmo tempo encoberto e descoberto. No texto rosiano, há que se considerar (1) o contraste entre “neblina” e “clareira”, ao mesmo tempo (2) a proximidade da afirmação de Riobaldo em relação à pergunta de Nietzsche em Além do bem e do mal: “Supondo que a verdade seja uma mulher – não seria bem fundada a suspeita de que todos os filósofos, na medida em que foram dogmáticos, entenderam pouco de mulheres?”. Desse modo, busca-se entender e até recuperar em Guimarães Rosa, no que diz respeito à verdade, a antiga perspectiva do enigma (ou do labirinto), que lhe parece ser congênita, também cuidadosamente tratada por Heidegger e Niet
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