Utilizando uma metodologia semiotica, este trabalho busca inventariar o modo de construcao da espacialidade nos contos regionalistas da literatura nacional. Para isso, parte de uma intuicao de tristao de athayde, publicada em seu livro afonso arinos, segundo a qual o regionalismo brasileiro foi antecedido por duas outras etapas: pelo americanismo (do colonialismo ao romantismo) e pelo brasileirismo - sertanista e indianista - (numa segunda face do romantismo). Assim, pela trilha de athayde, analisa-se o espaco como uma categoria que pode definir o regionalismo. Os contistas precursores nao tinham definido um espaco tipico para as historias do campo e, por isso, utilizaram-se do espaco ameno, o grego, a fim de sugerir algo novo e exotico da america, transformando-os assim num lugar de excecao. No segundo momento, o espaco brasileiro e trabalhado como novas e especificacoes, ressaltando, de um lado, o perfil do tropeiro brasileiro e seus valores morais, num espaco tipico, sertanista, e, de outro lado, o perfil do indio, seu passado mitico, no espaco indianista da floresta. Finalmente, da analise de contos dos pre-modernistas e de joao guimaraes rosa, evidencia-se uma caracteristica comum: a maneira como, por meio de uma determinada base lexamantica passa-se a privilegiar o trabalho com o espaco na tessitura dos contos, retificando-o, ampliando-o e tipificando-o, gradativamente.
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