Centro de Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras
A presente dissertação tem por objetivo demonstrar a presença de elementos marcadamente trágicos no conto "A hora e vez de Augusto Matraga", de Guimarães Rosa. Este estudo apresenta uma estrutura bipartida. Num primeiro momento, são desenvolvidos os seguintes tópicos teóricos: "A origem da tragédia grega" e "Formas de abordagem da tragédia grega". No primeiro tópico, a tragédia é tratada em sua gênese, ou seja, desde os primórdios de sua manifestação até atingir a sua forma acabada de espetáculo oficialmente instituído, patrocinado e organizado pelo antigo estado grego. No segundo tópico, são apresentadas duas abordagens divergentes acerca da tragédia grega. A primeira delas refere-se à leitura inicialmente desenvolvida por Aristóteles, em sua obra intitulada Poética, e amplamente aprofundada por estudiosos posteriores. A segunda diz respeito à análise realizada por Nietzsche, vinte e dois séculos depois, em seu livro O nascimento da tragédia. Embora haja divergência na maneira como interpretam a tragédia clássica, a análise do conto está baseada em apontamentos de ambas reflexões. Num segundo momento, em virtude da estrutura ternária de "A hora e vez de Augusto Matraga", optou-se pela divisão da análise em três partes. Na primeira parte, revela-se a presença do trágico através dos seguintes elementos: hybris (desmedida), harmatía (erro trágico) e peripetéia (inversão da situação do personagem). Na segunda parte, o trágico manifesta-se através da "contradição inconciliável" e do dionisismo. Na última parte, constatam-se os vínculos do conto com a tragédia grega nas situações em que se apresentam os seguintes elementos: destino, anagnórisis (reconhecimento), sparagmós (catástrofe) e dionisismo.
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