Estas considerações examinam o diálogo intergeracional empreendido por João Guimarães Rosa com Manuel Bandeira. A interdiscursividade própria da consolidação de um sistema de produção e recepção literárias, nos termos de Antonio Candido, se torna contundente não somente nas relações co-textuais encontradas no corpus em tela, mas, sobretudo, no trespasse de fronteiras convencionais entre o poético e o diegético. Enfatizamos ainda a relevância da oralidade como elemento de ligação entre os dois modos de expressão, assim como fator de inclusão do “popular” no desequilíbrio da cultura letrada e da lógica racionalista, seja na cena urbana ou na sertaneja. Utilizamos para tal discussão o poema “Tragédia brasileira”, de Bandeira, e o conto “Desenredo”, de Rosa, buscando em Walter Benjamin referenciais teóricos de apoio ao trânsito proposto.
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