Pensando a literatura como um fenômeno de linguagem que não dispensa a experiência sociocultural em sua feitura, o presente trabalho se volta à última obra não-póstuma de Guimarães Rosa, que desponta por certas singularidades intrínsecas, Tutaméia, com o fim de apreender como a arcaica e tradicional sociedade patriarcal se configura no âmbito privado, a Família. Tomando o chiste enquanto procedimento formal dialético, de revelar e esconder, de desconcertar e esclarecer, de tapar e descobrir, percebe-se que a conjectura subjaz à manutenção do modelo familiar, pelo masculino, enquanto, pelo feminino, há tendência à fratura e/ou ruptura do mesmo. Por tais constatações, estrutura-se o estudo em três blocos discursivos. Ao primeiro cabe enfocar certas especificidades do corpus literário; o segundo procede em torno da crítica literária, de onde se introduz um matiz diferenciado; e, por fim, considerando todo o escrito de antes, o último incide na interpretação temática mais apurada a partir de duas estórias: Desenredo e Esses Lopes.
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