Com as estórias publicadas na década de 1960, João Guimarães Rosa assumiu um distanciamento da lógica da História através de uma aproximação da comicidade pela via da anedota. Para abordar como teria se composto esse questionamento foram consultados alguns de seus manuscritos literários, mais especificamente os seus Cadernos de Anotações, nos quais encontramos um pequeno anedotário inspirador que nos permite acessar diferenciadas relações entre realidade e transcendência por intermédio da graça, é sobre isso que trata este artigo. Os manuscritos rosianos consultados estão disponíveis para pesquisadores no arquivo do IEB, no Fundo de sua segunda esposa Aracy de Carvalho Guimarães Rosa (IEB-ACGR) e também no acervo rosiano na Fundação Casa Rui Barbosa (FCRB). Analisar estes documentos inéditos, além de ser uma oportunidade de abordar o complexo processo de escrita rosiano, também abre caminhos para que se reflita sobre humor, tema que não é usualmente abordado pela crítica do autor, o que torna esta contribuição original. Para analisar melhor esse conteúdo, nos apoiamos em recentes reflexões teóricas sobre Crítica Genética, História e Humor.
Atenção! Este site não hospeda os textos integrais dos registros bibliográficos aqui referenciados. Para alguns deles, no entanto, acrescentamos a opção "Visualizar/Download", que remete aos sites oficiais em que eles estão disponibilizados.