Sustentado pelo método estético-recepcional proposto por Hans Robert Jauss (1921-1997), o seguinte estudo tem por objetivo discutir a recepção crítica da novela “O recado do morro”, de João Guimarães Rosa, a fim de destacar o modo como o espaço na narrativa é estudado, sendo assim enquadrado em diversas áreas do conhecimento, entre elas a filosófica, histórica e geográfica. Ribeiro (2007), aborda o sertão mineiro exposto por Guimarães Rosa na narrativa por um viés geoespacial, elenca pontos relevantes que o escritor mineiro utiliza para a construção do espaço com base em seu conhecimento sobre o ambiente sertanejo e se vale do texto rosiano para refazer o caminho que os personagens da obra percorrem no desenvolver do enredo. Por outro lado, o sertão mineiro, no artigo de Alves (2013), é uma representação consonante com os caracteres da personagem central, Pedro Orósio (também chamado Pedrão Chãbergo ou Pê-Boi),tornando-se elemento construído durante a viagem que Pedro faz como guia da comitiva, da qual faz parte Ivo Crônico, ou “Ivo, Ivo de Tal, Ivo da Tia Merência” (ROSA, 1956, p. 388), que planeja armar emboscada para matar Pê-Boi, e que, segundo Alves, é representação do tempo, em oposição ao espaço. Ao percorrer o caminho, os viajantes também passam por diversas fazendas que, no texto da autora, são tidas como representações de deuses antigos, exibindo, assim, uma atmosfera mítica que envolve o espaço sertanejo na narrativa rosiana.
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