A relação do homem com o ambiente é refletida, em parte, na nomeação dos lugares que ele ocupa, sendo a Toponímia responsável pelo estudo desses nomes. Este trabalho objetiva estudar a obra de Guimarães Rosa – Grande sertão: veredas –, a partir dos topônimos nela constantes, de acordo com a teoria da intencionalidade, buscando analisar a motivação toponímica e a rosiana na formação dos topônimos. Rosa descreve: “[...] Descemos a Vereda do Ouriço-Cuim, que não tinha nome verdadeiro anterior, e assim chamamos, porque um bicho daqueles por lá cruzou.” (ROSA, 2001, p. 416, grifo nosso). Temos, pois, nesse trecho, a prova da intencionalidade e da criação de toponímica de Rosa. Verifica-se a recorrência de uma motivação tradicional, por semelhança direta, justificada pela presença do próprio bicho nomeador do topônimo. Percebemos a relação ambígua, mas necessária, da palavra e do objeto para a consolidação da experiência e da memória. Nesse viés, é preciso saber os
mecanismos utilizados em Grande Sertão: veredas para que o leitor construa o significado dos
topônimos e estabeleça uma relação entre ele e os demais elementos da obra, sendo, pois, o
estudo da intencionalidade toponímica de grande relevância, já que os topônimos sempre possuem conteúdo informativo.
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