Com o objetivo de indagar sobre a relação entre identidade e língua no conto “Meu tio o Iauaretê” (1961), do escritor brasileiro João Guimarães Rosa (1908-1967). A proposta deste estudo é investigar o deslocamento que Guimarães Rosa produz na língua portuguesa ao dar voz ao seu personagem sertanejo que se encontra entre o branco e o índio e entre humano e a onça, na fronteira, assim como a própria língua que utiliza. Para tal buscou-se, primeiramente, analisar o personagem central do conto de Guimarães Rosa para, em seguida, discutir a questão da língua e identidade à luz de algumas ideias
apresentadas por George Steiner- em suas obras Extraterritorial (1972) e Los libros que nunca He escrito (2008)- e por Gilles Deleuze e Félix Guattari, em Mil platôs (1980). Por meio dessa análise foi possível destacar o processo de deslocamento e transformação sofrido pela língua portuguesa, o qual a conduziu a um devir da linguagem e a um deviranimal do personagem.
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