Corpo de Baile” de João Guimarães Rosa apresenta efeitos sinfônicos, percebidos nas diversas vozes que se entrecruzam e nos diferentes tipos de sons descritos. A narrativa acontece em concomitância com a poesia que canta os movimentos da natureza em seu devir. Sua prosa tem fortes raízes não só na música trabalhada pelos poetas e cantadores do sertão como também na emanação melódica da natureza. O mundo de Rosa se faz mundo em grande escala através de sua manifestação sonora. Sua escrita, porém, não permanece atada apenas ao relato e à preservação intencional do verbo ancestral. O escritor presta homenagem à fecundidade do mundo auditivo, fonte da memória e residência de toda tradição oral. Onde coisas e casos – as estórias que correm os gerais - se manifestam e os silêncios habitam.
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