A densa obra de João Guimarães Rosa é constantemente revisitada pela crítica por possibilitar inúmeras vias de leitura. Neste trabalho, procuramos desenvolver uma análise sobre a obra Grande sertão: veredas (1956), ressaltando aspectos sobre a posição do narrador-personagem, Riobaldo, e a estrutura da narrativa. Toda a mistura e ambiguidade representadas nas imagens e histórias do sertão rosiano tem laço estreito com a memória do herói e, por isso, a natureza subjetiva da experiência recai na própria linguagem, fazendo distinção entre Riobaldo-jagunço e Riobaldo-narrador. O fio condutor da análise foi a própria literatura que teoriza, na obra de Proust, a questão da memória e do tempo. Paralelo a isso, autores como Gilles Deleuze, Gerárd Genette e Joseph Frank contribuíram para expansão da leitura sobre a forma do romance, assim como os autores da fortuna crítica de Rosa, José Carlos Garbúglio e João Adolfo Hansen. A pesquisa aponta para as duas figuras elementares no passado do jagunço, Diadorim e Zé Bebelo, destacando como a influência exercida por eles tem função importante no desenvolvimento do caráter de Riobaldo como narrador.
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