Este artigo é parte de nossa pesquisa de iniciação científica, realizada durante o ano de 2010, que teve como objetivo analisar a construção do ator “criança” em quatro contos de Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa. Como em toda obra de Rosa, neste livro, os atores representam não só a cor local, mas adquirem dimensão universal. Entre os atores de Primeiras estórias encontramos a figura de fazendeiros, vaqueiros, lavradores, marginais, loucos, mas as crianças têm um lugar especial nessa obra. O ator “menino”, protagonista do texto de abertura do livro rosiano, intitulado “As margens da alegria”, é objeto desta análise, que se vale dos pressupostos teóricos da semiótica francesa. É importante lembrar que o ator “menino” também se concretiza no conto final do livro “Os cimos”, e em ambos os textos ele se instaura primordialmente como sujeito cognitivo e passional. Objetivamos analisar, pois, a construção do ator “menino”, no texto em análise, visando a observar a forma como ele se defronta com o processo de aquisição do saber sobre os estados efêmeros dos momentos de alegria ao longo da travessia da vida e como se dão as transformações em seus estados de alma e em suas crenças a partir da aquisição desse objeto cognitivo.
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