Este artigo pretende refletir sobre a narrativa “A benfazeja”, décimo sétimo conto do livro Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa. Em nossa leitura, propomos a existência de um viés que dialoga com a tragédia grega antiga, aclimatado no sertão dos gerais. Assim, o diálogo com o drama grego dá-se, sobretudo, na imersão de elementos que compõem as tragédias, como a catarse e o destino (moîra), mas lido na proposta rosiana, isto é, na perspectiva do cotidiano, lugar de muitas “estórias”, as quais se ligam ao teor das temáticas humanas universais. Além disso, a narrativa perfaz-se no jogo retórico das paixões, o qual segundo Aristóteles, é peça importante no julgamento, e que nos servirá de fundamento ao pensarmos juízos de valores em relação às personagens.
Atenção! Este site não hospeda os textos integrais dos registros bibliográficos aqui referenciados. Para alguns deles, no entanto, acrescentamos a opção "Visualizar/Download", que remete aos sites oficiais em que eles estão disponibilizados.