Em “Sinhá Secada”, conto presente no volume Tutaméia (Terceiras Estórias) (1967), de João Guimarães Rosa (1908-1967), o tema do duplo é encenado na cisão mãe/filho. Por ter sido “supostamente” uma vez infiel ao marido, tomam-lhe a criança. Esta falta será jamais preenchida na jovem mãe. Enquanto gerava o filho, a protagonista vivenciara a experiência do próprio corpo e, concomitantemente, do próprio ser desdobrar-se. Ao levarem-lhe o filho – o outro –, metaforicamente, retiram-lhe a alma, fazendo-a secar externa e internamente. A cura somente se realiza vários anos depois, com o aparecimento de um rapaz que também vivenciara a mesma sorte – a falta do outro representada pela figura da mãe.
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