A pesquisa investiga as relações entre leitor e obra e as operações mentais que ocorrem durante a leitura. Como essas operações contribuem para a construção de sentidos é o que nos move. Nosso objeto de estudo é o livro Tutameia, de João Guimarães Rosa. Na interpretação das 40 estórias procuramos determinar o que constitui o chamado “universo rosiano”. Esta pesquisa tem por objetivo, através da apresentação e análise de Tutameia, demonstrar que a construção de sentidos e as estratégias de diálogo metaficcional são operações concomitantes. Ambas concorrem para a ampliação do universo habitual de leitura e compreensão. Pretendemos mostrar de que maneira o livro convida o leitor a abandonar os “hábitos estadados” de leitura de modo a dispor-se ao apelo e desafio da obra. Exibindo uma estrutura de alta complexidade, com superposição de planos semânticos e mecanismos internos capazes de lhe dar ritmo e movimento, Tutameia exorta o leitor a abandonar a preguiça mental escondida por trás da “palavra difícil”: “Não se temam as difíceis palavras”. (ROSA, 2009: 216). Na investigação do ser da obra rosiana usaremos, entre outras, as teorias “O jogo como o modo de ser da obra de arte”, de Hans-Georg Gadamer, a “Teoria do efeito estético”, de Wolfgang Iser, a poética da ironia, de Ronaldes de Melo e Souza, e o amplo estudo realizado pela professora Maria Lucia Guimarães de Faria que constituiu sua tese de doutorado, intitulada Aletria e hermenêutica nas estórias rosianas.
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