O estudo do “ciúme”, paixão que se manifesta no conto “Sarapalha”, de João Guimarães Rosa, é objeto de análise deste trabalho. Os pressupostos teóricos são os da semiótica francesa. Objetiva-se descrever a dimensão sintática do ciúme, que revela a intensidade do sofrimento dos sujeitos afetados pela paixão – Primo Ribeiro e Primo Argemiro – em relação à perda do objeto-sujeito amado, Prima Luíza, para um rival comum. Busca-se descrever também o esquema passional canônico do ciúme na cena enunciativa, que capta o momento da revelação de Argemiro a Ribeiro a respeito do amor platônico que nutrira por Luíza. Ribeiro, ciumento caracterizado pelo apego exclusivo, assume o papel do observador avaliador social e não perdoa Argemiro, apesar de o papel de rival, que ele atribui ao primo, ser uma construção de seu imaginário.
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