Este artigo busca demonstrar que duas das perspectivas de leitura possíveis apresentadas em “A benfazeja”, de Guimarães Rosa – a da comunidade que condena a protagonista por sua aparência e conduta desviantes e a do narrador que a redime –, são ambas variantes de uma mesma prática, constituídas através de uma operação narrativa que, alicerçada pela retórica oblíqua e persuasiva do narrador, manipula e suscetibiliza o interlocutor. Ao ser confrontado com suas próprias contradições, este é inserido em um processo de modernização de um Brasil onde arcaico e moderno não se substituem nem se anulam, mas, ao contrário, se complementam e se retroalimentam.
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