Filiados a um contexto literário em que o poeta busca a reconciliação entre o “eu” e o universo sem rejeitar a consciência do fazer poético e a renovação da linguagem, os poemas de Guimarães Rosa em Ave, Palavra aproximam-se do que Octavio Paz denominou de “poesia de convergência”. Tal visão analógica metaforiza-se nos poemas por meio do mito de Narciso e por imagens que associam o reflexo e o encontro do Outro como forma de conhecer a si mesmo. O presente trabalho objetiva apresentar uma leitura das referidas composições poéticas examinando como a analogia se estabelece, aproximando-as das demais produções de Guimarães Rosa, identificando-as, não como acidente na obra o autor, mas como produção portadora das inquietações que acompanham o artista em sua trajetória literária.
Traduzir "Meu tio o iauaretê" para o espanhol foi o ponto de partida des te ensaio. A experiência da trad ução revelou à a u tora a com plexa elaboração d e uma língua artificial que o autor cria para o seu narrador: ao mesmo tempo em que mostra a sua cultura misturada, como a sua língua, oculta significados na linguagem aparentemente interjetiva e onomatopéica domestiço. A língua artificial mente criada pelo autor constitui-se na representação da complexidade da existência do narrador e as contradições insuperáveis da sua situação. O ensa i o analisa o processo de criação da "língua d o iauaretê", a posição de Guimarães Rosa a respeito da cultura indíge na, a possível vinculação com Hombres de maíz de M.A. Asturias e com José María Arguedas, e a dívida e homenagem ao indianismo de Gonçalves Dias.
This article is a reflection on the issues of desire, sexuality and gender in the formation of the self. Specifically I look at the self-defining act of narrating desire, homosexual desire, in a heteronormative world. Riobaldo, the narrator, does not take on the classic search for the Father in the novel Grande Sertão: Veredas. Instead, what becomes importante is the son, who turns out to be the daughter. This refusal of the search for the Patriarch produces explorations into the workings of patriarchy itself, with its iconic, fetishized image of the dead body of a woman being held in poignant comparison with the complex, living, yet socially unacceptable relationship of the two principal male characters.
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