João Guimarães Rosa publicou Sagarana, no Brasil, em 1946, e ficou rapidamente conhecido no exterior, especificamente na França, onde sua primeira obra foi publicada em 1959. Por se tratar de uma literatura com uma importante dimensão sociocultural, a tradução das obras de Rosa aparece como um desafio no que tange à transmissão do universo sertanejo para a língua francesa. A partir do conceito de etnoterminologia de Maria Aparecida Barbosa (2007, 2010), um estudo terminológico configura-se como uma ferramenta necessária à análise das traduções das obras do autor mineiro, pois, em consonância com a pesquisadora, as unidades lexicais podem assumir a função de termo conforme o universo discursivo em que elas se inscrevem (BARBOSA, 2007, 2010). O objetivo principal deste artigo é discutir, portanto, conceitos fundamentais da linguagem de João Guimarães Rosa na perspectiva da Etnoterminologia, mais especificamente no âmbito de sua tradução para o francês, único meio de dar acesso ao leitor francófono ao universo etnoliterário do autor. Para tanto, realiza-se uma análise etnoterminológica dos dois glossários elaborados pelos tradutores franceses das obras Sagarana (1997) e Essas Estórias (2016), destacando as possibilidades da terminologia aplicada (BARBOSA, 2007) a partir das obras do autor. O trabalho demonstra, ainda, que a tradução dos textos rosianos para o francês necessita de um estudo cuidadoso das unidades lexicais, que adquirem o estatuto de termos por estarem em uso no discurso etnolitetário de João Guimarães Rosa.
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