Partindo de uma entrevista concedida por Guimarães Rosa ao crítico alemão Günter Lorenz, este artigo pretende analisar a poética do escritor brasileiro, baseando-se na relação entre o autor e sua obra. As declarações de Rosa sobre a criação literária e o papel do escritor serão confrontadas com suas narrativas, especialmente “Campo Geral” e “Cara-de-Bronze”, pertencentes ao ciclo de novelas de Corpo de Baile. A discussão terá como base o polêmico tema da “morte do autor”, revisitando os ensaios de Roland Barthes e Michel Foucault sobre o assunto, cujo radicalismo será matizado por
Dominique Maingueneau, que propõe uma solução mais próxima do pensamento de Guimarães Rosa: uma poética formada pela confluência entre o autor e sua obra.