Este ensaio pretende examinar o relato mnêmico do primeiro encontro entre Riobaldo e Diadorim, e suas repercussões na mentalidade e no comportamento desses personagens, sobretudo, perante a noção de masculinidade que é formada às sombras deste episódio. Para tal, há de se recorrer a bases teóricas elaboradas para abordar a dicotomia de gênero e sua co-construção na atividade social. À vista disso, pressupõe-se que a relação estabelecida entre os personagens deste episódio ilustra o conceito de homossociabilidade: ainda que esta não tenha sido a primeira experiência pública e/ou monossexual de Riobaldo, é uma das memórias mais antigas de sua infância relembradas na obra. Nesta, sobressaem-se normas e limites reiterados socialmente, a mimese infantil e importantes noções que dão base à persona jagunça do personagem-narrador.