O óleo de dendê mostrou-se com um forte concorrente na geração de energia elétrica para populações do interior da região Nordeste, uma vez que possui o menor custo por kWh gerado, em relação a outras fontes com a eólica e solar. A pesquisa de Luiza Stecher no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) utilizou as emissões de gases do efeito estufa pela queima do óleo diesel e as comparou com as emissões de fontes alternativas ao diesel, a fim de realizar o cálculo dos impactos ambientais na geração de energia elétrica a partir dessas fontes.
Em segundo lugar, encontra-se a energia solar, ou fonte fotovoltaica. Luiza explica que essa fonte funciona em locais isolados, principalmente pela grande oferta de luz solar que a região Nordeste tem o ano inteiro. A energia eólica foi a que mostrou o maior custo por kWh. “Isso pode ser justificado pelo fato de essa fonte apresentar emissões na geração de eletricidade, de acordo com a literatura, que em outras fontes são inexistentes. Ela fonte possui o mais elevado custo por kWh gerado entre as fontes alternativas, principalmente devido ao alto custo de seus componentes para pequenas aplicações.”
Como a produção de energia elétrica é uma das grandes responsáveis pelo efeito estufa, é necessário encontrar fontes alternativas para essa geração, pois, segundo Luiza, a eletricidade é importante para o desenvolvimento de uma nação, pois afeta diretamente seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A região Nordeste foi escolhida para o estudo por ser uma região com histórico de baixos valores para seu IDH e muitas áreas ainda não eram contempladas com fornecimento de energia elétrica.
As chamadas fontes limpas, no entanto, não estão isentas de serem analisadas no que diz respeito aos impactos ambientais que elas podem causar. “É preciso identificar e valorar de forma correta as externalidades que surgem quando um indivíduo se dedica a uma ação que provoca impacto no bem-estar de um terceiro que não participa dessa ação, sem pagar nem receber nenhuma compensação por esse impacto”, afirma Luiza. Além disso, Luiza adiciona que a partir desse cálculo é possível ter uma noção da viabilidade econômica da fonte analisada.
Embora o dendê tenha se mostrado com um forte concorrente na produção energética, Luiza diz que é importante que se busque fontes alternativas a ele. “O óleo de dendê é produzido em poucas localidades da região e, se fosse adotada para toda a região, seriam acarretados custos de transporte e substanciais custos ambientais. É preciso analisar também os usos alternativos dessa fonte, que podem encarecer esse combustível”.