Cavalos com alto nível de estresse, que sofreram algum trauma ou que apresentam algumas doenças costumam apresentar uma complicação clínica conhecida como hiperlipemia. Esta condição é caracterizada pelo excesso de lipídeos na corrente sanguínea do animal, podendo causar coágulos e entupimentos.
O tratamento normal para esta aflição é a injeção de soluções de heparina, glicose 5% ou insulina, visando “afinar” o sangue do animal para preservar a circulação. No entanto, novo estudo da faculdade de veterinária da USP aponta que tais tratamentos podem não ser eficazes.
A idéia para esta pesquisa surgiu da tentativa de manter o balanço energético de animais enfermos negativo, para garantir a recuperação de doenças sendo tratadas por outros medicamentos sem ferir a base nutricional do animal e sua condição de saúde. Assim começou-se a aplicar a nutrição parenteral em todos os animais enfermos. Notou-se então que animais que recebiam a nutrição parenteral não desenvolveram hiperlipemia, mesmo sem o tratamento preventivo usual.
Para então avaliar o tratamento, foram feitas análises de recuperação em 14 cavalos em processo de recuperação, sete recebendo tratamento tradicional e sete recebendo apenas a nutrição. Esta é composta de 50% de glicose, 10% de aminoácidos, e em menos quantidade oligoelementos, complexos vitamínicos e eletrólitos.
Os resultados surpreenderam em mostrar que animais que receberam o tratamento em alguns momentos desenvolveram hiperlipemia, enquanto animais do grupo que só recebeu nutrição parenteral não. Os tratamentos usuais no entanto ainda não estão totalmente desacreditados, mais pesquisas serão necessárias para comprovar a não eficácia deste tratamento.