Entre os tratamentos não medicamentosos mais comuns para a asma, estão a realização de exercícios aeróbios e a de exercícios respiratórios. Apesar de serem amplamente utilizados em vários países - na Austrália e Inglaterra, por exemplo, são utilizados os exercícios respiratórios, enquanto no Brasil e Estados Unidos, os aeróbios são mais usados - um estudo comparativo que buscasse demonstrar qual o mais eficaz nunca havia sido realizado. Por esse motivo, a fisioterapeuta hospitalar e doutoranda da Faculdade de Medicina da USP, Karen Evaristo, decidiu dedicar sua pesquisa de doutorado ao tema.
A asma é uma doença que consiste no estreitamento dos bronquíolos, dificultando a passagem de ar e comprometendo a respiração. No Brasil, ela acomete cerca de 20 milhões de pessoas e, além do tratamento fisioterapêutico, possui como tratamento medicamentoso o uso de corticoide e salbutamol.
Para o estudo, a pesquisadora convidou 50 pacientes com asma moderada e grave e os separou aleatoriamente em dois grupos. Um deles realizou exercícios físicos em uma esteira ergométrica (aeróbio), enquanto o outro fez exercícios respiratórios baseados na técnica da Yoga. As 24 sessões do programa aconteceram duas vezes por semana e duraram 40 minutos.
“Ao final deste período, observamos que as duas técnicas melhoram o controle clínico da asma, a capacidade de exercício e redução dos problemas respiratórios. Porém, somente os pacientes que praticaram exercício aeróbio também apresentaram melhora da qualidade de vida e redução dos níveis de inflamação pulmonar”, afirma Karen.
Ainda que o tratamento aeróbio seja pouco superior, mais estudos são necessários para que se possa afirmar sua maior eficácia no controle da asma.