ISSN 2359-5191

05/11/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 105 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Química
Nanotecnologia se mostra eficiente como agente de contraste de ressonância magnética
Partículas de óxido de ferro podem aperfeiçoar solução usada atualmente
Imagem de ressonância magnética com agente de contraste de gadolínio

Nanopartículas de óxido de ferro são notadamente eficientes como agente de contraste em exames de ressonância magnética. É o que concluiu pesquisa do Instituto de Química (IQ) da USP, que comprovou a efetividade da nanotecnologia como possível substituição do agente tradicional, uma solução composta de gadolínio, elemento químico do grupo dos lantanídeos.

Atualmente, a solução de gadolínio é administrada por meio intravenoso, e sua função como agente de contraste se dá quando ele muda as características magnéticas da água ao seu redor, a qual sofre uma interação com o grande ímã que compõe o aparelho da ressonância. Assim, a área em que é aplicada a solução aparece de forma destacada.

A proposta de substituição do gadolínio pelo óxido de ferro se deu devido a maior compatibilidade do metal com o corpo humano e seu baixo nível de toxicidade. Aliado a isso está sua maior eficiência, o que permite que uma dose menor seja aplicada no paciente. O óxido de ferro pode ser administrado em uma dispersão, que está entre a suspensão e a solução. "As nanopartículas têm características de partículas sólidas mas são muito pequenas, o tamanho equivalente a moléculas grandes. Então há uma fase que chama-se dispersão, que se aplica a nanopartículas", explica Sergio Toma, pesquisador e participante do estudo.

Novos rumos para a ciência

As "bolinhas" de escala nanométrica de óxido de ferro são produzidas no Laboratório de Química Supramolecular e Nanotecnologia, que estuda esse promissor campo da ciência. Porém, tratar com uma escala que está no "meio do caminho" entre o tamanho de moléculas e células pode ser um grande desafio. Mayara Klimuk, pesquisadora de nanotecnologia do IQ admite que há diversas dificuldades nesse campo. "O comportamento da nanopartícula não é tão previsível e seu tamanho é muito pequeno para enxergar no microscópio. Não existem hoje muitos equipamentos que conseguem detectar e testar essas partículas " , afirma.

Mesmo assim, a nanotecnologia tem potencial para atuar em várias áreas: do estudo de matrizes energéticas, passando por saúde, até a despoluição de rios, só para citar algumas. Seus estudos avançam cada dia mais, graças ao surgimento de equipamentos que auxiliam nas pesquisas. É um caminho óbvio, já que esse campo atua das mais diversas maneiras e parece ser um  "futuro" da ciência.

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