ISSN 2359-5191

08/10/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 55 - Saúde - Instituto de Ciências Biomédicas
Retinose pigmentar é principal causa de cegueira entre jovens

São Paulo (AUN - USP) - No primeiro slide, a imagem de uma lagoa com água cristalina rodeada por areia num local paradisíaco. No segundo, as bordas da imagem estão escuras e só é possível ver, ao centro, uma parte da lagoa presente no slide anterior. É assim que o professora Dania Emi Hamassaki Britto exemplifica a diferença entre a visão de uma pessoa saudável e outra com retinose pigmentar. A palestra “Rac1 na degeneração retiniana: herói e vilão?”, realizada nesta quinta-feira (4), faz parte de um ciclo de seminários promovido pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.

A retinose pigmentar é a principal causa da perda de visão na população jovem e acomete 0,04% da população mundial. Segundo Dania, sua causa pode estar ligada a atuação de uma proteína do tipo GTPase chamada Rac1. No entanto, é cedo para afirmar que o Rac1 é causador da doença. “As pesquisas ainda são preliminares e até agora não foi possível definir exatamente a função do Rac1 no processo de destruição dos neurônios que compõem a retina. Há pesquisas apontando que, ativada, essa proteína pode resgatar fotorreceptores e regenerar a visão em drosófillas, conhecidas também como moscas de banana. Ao mesmo tempo, há outras pesquisas indicando a participação do Rac1 no processo de morte celular (apoptose) dos fotorreceptores”, adverte ela.

A doença é causada pela morte das células cones e bastonetes (fotorreceptoras). É essa morte celular que causa o escurecimento gradativo da visão até a cegueira comlpleta. “Inicialmente, o doente pode apresentar dificuldade de adaptação em ambientes com pouca luz e uma diminuição do campo de visão”, afirma. “Em um congresso no Rio de Janeiro, conheci um médico que sofria de retinose pigmentar. Ele nos contou que só descobriu a doença quando, por causa da diminuição do campo visual, ele caiu dentro de um buraco na calçada”, conta a professora.

Em sua exposição, a pesquisadora apresentou também alguns números da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre doenças oftalmológicos. Segundo esses dados, o número de pessoas incapacitadas por problemas de visão cresceu mais de 300% saltando de 40 milhões em 1970 para 180 milhões em 2000.

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