ISSN 2359-5191

15/06/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 35 - Saúde - Instituto de Química
Cientistas dão mais um passo na cura do Mal de Chagas

São Paulo (AUN - USP) - Uma série de compostos capazes de inibir o desenvolvimento do Mal de Chagas foi descoberto por um grupo de pesquisa do Instituto de Química (IQ) da USP liderado por Antonia Tavares do Amaral. Estes antichagásicos em potencial atuam sobre uma proteína essencial para o Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença. Os compostos foram patenteados e aguardam pela realização de testes para que possam ser transformados em remédio.

Os cientistas fizeram uso de uma metodologia com auxílio de computadores (QSAR e Modelagem Molecular) para selecionar os possíveis compostos. Auxiliado por programas comerciais, o grupo do IQ conseguiu chegar a uma série de compostos que agem ativamente sobre uma proteína essencial para o Trypanosoma cruzi, o protozoário causador do Mal de Chagas, que é transmitido pelo Barbeiro.

O método utilizado foi a seleção (ou screening) virtual, que se baseia no uso dos computadores para a escolha racional de compostos que apresentem as características desejadas. Parte-se de um banco de dados eletrônico com milhões de compostos, sob o qual se realiza uma filtragem sucessiva de características químicas e estruturais, além de possíveis modelos farmacofóricos baseados na literatura científica. Por fim, observa-se as melhores poses de encaixe dos compostos restantes na proteína. Assim, a quantidade de compostos que possuem as características desejadas passa a ser muito pequena, geralmente menor que uma dezena.

Dessa forma, o screening virtual elimina a escolha aleatória dos compostos, barateando os custos de compra e economizando tempo, já que o pesquisador compra apenas aqueles que são interessantes à sua pesquisa. Além disso, o método também permite que sejam selecionados apenas os compostos mais ativos e de menor toxicidade.

No entanto, os potenciais antichagásicos descobertos ainda não foram testados. Segundo Antonia, isso se deve ao fato de que muitas doenças que possuem seus focos de ocorrência em países emergentes são negligenciadas pelas empresas fabricantes de remédios. Por esse motivo, os pesquisadores não dispõem de uma estrutura que possibilite a realização dos testes necessários para o avanço do desenvolvimento do remédio.

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