São Paulo (AUN - USP) - A criação, na USP, de uma rede de estudos sobre doenças negligenciadas está sendo planejada por membros de várias unidades, por iniciativa da Pro-Reitoria de Pesquisa. Há anos que doenças como o Mal de Chagas e a Tuberculose, entre outras, vêm sendo estudadas por cientistas e pesquisadores. No entanto, os avanços no sentido da criação de remédios contra esses males sempre foi barrado pelo desinteresse das indústrias. Com a novidade, essas dificuldades poderão ser contornadas.
Os membros dessa rede serão estudiosos interessados na pesquisa sobre as doenças negligenciadas, a doença de Chagas entre elas, provenientes do Instituto de Química (IQ), do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (IMTSP) e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, entre muitas outras unidades. Eles colaborarão entre si para, entre outras coisas, selecionar compostos interessantes, obter materiais e realizar os testes necessários para os avanços nos estudos das moléstias, típicas dos países emergentes.
Segundo Antonia Tavares do Amaral, pesquisadora do IQ, a rede poderá suprir as necessidades causadas pela ausência de laboratórios sistematizados. Com isso, a realização dos testes tornaria possível a proposição de novos medicamentos para estas doenças. Os membros dos institutos e faculdades envolvidos já estão realizando reuniões para a discussão de propostas e para a elaboração das formas com que cada um poderia contribuir para o projeto. A partir dessas reuniões, será preparado um documento com a proposta de criação da rede, que deverá ser encaminhado para a reitoria. Antonia espera que o projeto seja iniciado até o final do mandato da atual reitora.
Um outro grande problema, de acordo com a pesquisadora, é a pequena quantidade de cientistas capacitados nessa linha de pesquisa. A professora explica que a área, por se tratar de um campo interdisciplinar fascinante, proporciona grandes desafios aos seus estudiosos. Dessa forma, é necessário que os alunos e pesquisadores possuam uma grande maturidade científica para que possam lidar com falhas, "coisa que nem sempre é encontrada nos jovens".