São Paulo (AUN - USP) - Mata densa abrigando lobos-guará, serelepes, cobras, corujas-buraqueiras, e uma infinidade de estrelas. A área do Observatório Abrahão de Moraes da USP, em Vinhedo, é um ambiente favorável tanto à pesquisa astronômica, pelos equipamentos disponíveis, quanto a pesquisas em Biologia.
Instalado em um pequeno prédio está um dos telescópios do observatório, chamado Obelix, um modelo Meade LX-200 equipado com um tipo de câmara (CCD) que capta as imagens. “É a maior CCD astronômica de uso profissional do país” (2048x2048 pixeis), diz Alberto Garcez de Oliveira K. Martins, aluno do último ano do curso de Física. Ele também é um dos participantes do projeto de iniciação científica que construiu os softwares de controle do telescópio, da CCD e de aquisição e tratamento de imagens do Obelix.
O teto do prédio é do tipo roll-off (o teto desliza para fora). “Tudo é controlado automaticamente, sem necessidade de interação do usuário”, explica Alberto. O sistema de controle do prédio e a estação meteorológica foram construídos no Brasil por técnicos do IAG (Instituto de Astronomia e Geofísica da USP).
Mas não é somente de estrelas que vive o observatório. A cobertura vegetal da mata que o circunda é constituída principalmente por um tipo de floresta tropical de médio a alto porte, que perde parcialmente suas folhas durante o período mais seco do ano (de maio a setembro), conhecida como Mata Mesófila Semidecídua.
Esse fragmento florestal atua como refúgio para animais silvestres na região. Dentre as várias espécies locais, jaguatirica, veado-mateiro, guaxinim, joão-de-barro, jibóia, cascavel, jararaca, há ainda animais ameaçados de extinção, como o sauá, que está na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção do IBAMA.
O sauá (Callicebus personatus), que dá nome a uma das quatro trilhas da mata, é um macaco de médio porte, que pesa em média 1 kg. Esses macacos têm uma grande habilidade de salto, e dormem lado a lado durante o dia em ramos altos de árvores. Em dezembro de 1999, o Abrahão de Moraes foi cadastrado pelo Ibama como “área de soltura de animais silvestres”. Animais apreendidos que ainda possuam hábitos silvestres podem voltar à liberdade na mata.
Fundado em 1972, o Observatório está instalado numa área de pouco mais de 450 mil m2. Seu nome é uma homenagem ao professor Abrahão de Moraes (1915-1970), astrônomo e matemático, ex-professor catedrático da Escola Politécnica e ex-diretor do IAG. Embora as atividades desenvolvidas sejam essencialmente de pesquisa, realiza-se também um trabalho de divulgação científica através de visitas em épocas e horários previamente estabelecidos.
Observatório Abrahão de Moraes - USP
Estrada do Observatório s/n
Vinhedo – SP
Telefone (19) 3876-1444