ISSN 2359-5191

31/05/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 35 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Metodologia quantifica perda em áreas afetadas por desastres

São Paulo (AUN - USP) - Após um desastre natural é preciso avaliar o quanto foi perdido para começar a recuperar o local. A pesquisadora Alessandra Cristina Corsi, do Laboratório de Riscos Ambientais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), participou de um treinamento para quantificar as perdas após um desastre.

Realizado em Recife e Florianópolis pelo Banco Mundial junto com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, o treinamento durou três dias. “Primeiro, é passada a base teórica, depois fomos divididos em dois grupos que estudaram dois desastres diferentes, eu fiquei com as inundações de Minas de 2011”, detalha Alessandra. A metodologia citada é a DaLA – The Damage, Loss and Needs Assessment (Avaliação de estragos, perdas e bens) – que foi criada nos anos 70 para avaliar o impacto econômico de desastres e hoje é a principal ferramenta para a análise de perda e investimento para reconstrução.

Dentro desse grupo, Alessandra fazia parte do levantamento de dados dada a sua capacitação nos Estados Unidos no Multihazard Project, na parte de inundações e aprendeu a criar bases de dados sobre esse tipo de desastres. Em um grupo de coleta de informações existem diversas áreas afetadas a serem avaliadas. “Na educação, temos que ver quais as escolas afetadas, se foi em período de aulas e as crianças perderam aulas, além de equipamentos perdidos. Para o comércio, temos que ver a perda de estoque e dias que ficou parado, vendo o prejuízo pelo o que ganhava por dia. Também tem a indústria, danos físicos, relação com desemprego, se foram afetados mais homens ou mulheres”, explica Alessandra. Esses dados são coletados em sites oficiais, como no IBGE, ou indo até o local e entrevistando a população.

O IPT já está aplicando a metodologia aprendida na cidade de São Luiz de Paraitinga como projeto-piloto. No começo de 2010, o rio Paraitinga transbordou devido o excesso de chuvas, nove mil pessoas ficaram desabrigadas e prédios foram danificados. A escolha da cidade deu-se por já haver um histórico de projetos realizados entre a Prefeitura de São Luiz e o Instituto. Por exemplo, já foi feito um mapeamento da região e avaliação dos prédios e do centro histórico após a enchente.

A recuperação da área já está avançada, segundo a pesquisadora, mas a equipe de geólogos, matemáticos e economistas, entre outras áreas específicas de ciência, está terminando de coletar os dados. Eles finalizarão um relatório que mostrará na moeda corrente o que foi perdido e o que será necessário para a reconstrução. Quando pronta, a metodologia pode ser aplicada em qualquer área afetada. A ação do IPT, porém, depende do contato das prefeituras.

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