ISSN 2359-5191

17/05/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 05 - Meio Ambiente - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Pesquisa comprova relação entre clima e consumo de água

São Paulo (AUN - USP) - Se você é daquelas pessoas que desconfia sempre da previsão do tempo e leva uma blusa e um guarda-chuva para qualquer ocasião – só para garantir – saiba que em breve a garantia do seu banho poderá estar nas mãos dos meteorologistas.

Um estudo desenvolvido pelo professor Augusto José Pereira Filho, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP), comprova que o consumo de água na Região Metropolitana de São Paulo está relacionado com as alterações climáticas, e que seria possível, sabendo o tempo do dia seguinte, antever a quantidade de água necessária para suprir os quase 17 milhões de habitantes da Grande São Paulo.

Tomando por exemplo o mês de outubro de 2002, que foi especialmente quente, os pesquisadores conseguiram relacionar o consumo de água com as variações da temperatura e da umidade do ar. Como é de se esperar, os dias mais quentes e secos são aqueles em que o consumo vai a níveis acima da capacidade máxima das Estações de Tratamento – que é de 65 mil de litros por segundo. Nos dias mais frios, o consumo cai bastante, e a Sabesp desperdiça recursos coletando, tratando e bombeando mais água que o necessário.

A pesquisa, feita em parceria com a Sabesp, ainda está em fase inicial, mas já há grandes avanços nas comparações em grande escala – oscilações de temperatura num semestre inteiro, por exemplo, acompanham as oscilações no consumo de água. Mas, quando se trabalha em pequena escala, a comparação fica mais difícil. Pereira cita, por exemplo, os dias de jogos do Brasil, em que o consumo é muito abaixo da média durante os dois tempos da partida e dispara no intervalo, quando os torcedores usam o banheiro, cozinham ou lavam as mãos.

Mas as conclusões iniciais já são o suficiente para que a Sabesp comece a implementar um sistema comparativo entre clima e fornecimento de água para calcular a vazão dos reservatórios no dia seguinte, obedecendo a uma margem de erro mínima, para evitar falta de abastecimento.

No caso dos jogos do Brasil, não será possível fazer muita coisa: a inércia do sistema é muito grande, e qualquer alteração programada no volume de água a ser distribuída deve ser feita com pelo menos um dia de antecedência – justamente o período em que as previsões do tempo costumam ser mais certeiras.

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