São Paulo (AUN - USP) - Ocorreu no dia 5 de dezembro de 2012, no auditório do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA), uma mesa-redonda intitulada: Etapas para uma Abordagem Crítica dos Dispositivos da Saúde Pública, que foi realizada pelo Grupo de Pesquisa Filosofia, História e Sociologia da Ciência e Tecnologia do IEA, com a coordenação de Nicolas Lechopier, professor da Université Claude Bernard Lyon 1 e pesquisador visitante do Instituto.

Durante a mesa, a qual representou o término de um ciclo seminários que tiveram o objetivo de servir como uma preparação para ela, Lechopier comenta que eles mostraram que a saúde pública é marcada por quatro tensões: na definição dos conceitos da saúde, nos regimes de legitimidades das intervenções feitas nesse campo, nos modelos epistemológicos subjacentes e nos diferenciais de poder que nela se manifestam. “Esses não são pontos que devem ser discutidos separadamente e, sim, em conjunto. E esse é o objetivo dessa última mesa-redonda”, conclui.

O evento contou com a participação de Emilia Sanabria, do Institut Français de l´Éducation, Ecole Normale Supérioure de Lyon (França); de Denise Gastaldo, da Lawrence S. Bloomberg Faculty of Nursing, da University of Toronto (Canadá); de Helena Leal David, da Faculdade de Enfermagem (FE) da UERJ; e de Maria da Penha Vasconcelos, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, que discutiram e criticaram os dispositivos utilizados por médicos, pela mídia e pelos governos, para educar, introduzir tecnologias, construir novas subjetividades ou reorganizar a sociedade, de modo a conscientizá-la sobre a importância de uma vida saudável.

Todos os participantes da mesa fizeram falas sobre dispositivos que têm, cada vez mais, dado certo nos país onde residem atualmente, como algumas medidas contra a obesidade que têm sido adotadas na França e a criação de um sistema de avaliação de saúde para não-cidadãos documentados no Canadá, que não têm direito de usufruir do sistema público de saúde do país, já que lá os direitos humanos não se sobrepõe aos direitos que só um cidadão regulamentado tem.