Por Marcela Delphino
fotos: Cecília Bastos e Francisco Emolo


arte sobre imagens do gettyimage.com


“Gosto de ouvir música clássica e assistir a DVDs para relaxar. Nas férias, acordo depois das 9h e fico na internet até tarde. Gosto de sair pelo centro da cidade, ir a livrarias e sebos de livros e discos antigos.” Sady Carlos de Souza Júnior.

 

 

 

 


“Travesseiro e colchão não é só uma questão de férias, é uma questão de vida muito importante para a nossa saúde.” Prof.ª Clarice Tanaka

 

 

 

 

 


“A leitura ajuda a relaxar, você viaja sem sair de casa.” Márcia Pina Albe


Ficar em casa curtindo a família ou viajar para a praia com os amigos são apenas duas das diversas opções para aproveitar o verão e descansar. É época de tirar o atraso de tudo que não cabe na correria do dia-a-dia, praticar esportes, sair às compras ou simplesmente se espreguiçar por horas diante da televisão. Esses momentos podem se tornar ainda mais prazerosos com algumas dicas de fisioterapeutas que ensinam desde como escolher uma cadeira de praia que não prejudique a coluna até massagens que relaxam o corpo todo.

Cochilar no sofá é típico de férias, quando não existe compromisso de acordar cedo. “É extremamente prejudicial para a coluna cervical dormir no braço do sofá”, afirma a coordenadora do curso de Fisioterapia, Raquel Casarotto. A cabeça muito flexionada é certeza de dor no dia seguinte. Raquel, que é professora da disciplina Fisioterapia Preventiva, aponta uma solução: “Você pode assistir a TV no sofá, mas tem de pegar o seu travesseiro da cama ou colocar uma almofada para manter o pescoço e a coluna alinhados”.

Sady Carlos de Souza Júnior, analista acadêmico na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, confessa que para ele “dormir no sofá não é só nas férias, é todo dia. Às vezes sinto dor no pescoço. É ruim, porque quando acordo no meio da noite fico relutando entre dormir mais um pouco, ir trocar de roupa, escovar os dentes, e acabo indo para cama depois da meia-noite”.

Mesmo quem toma coragem, desliga a TV e vai para a cama deve prestar atenção onde deita, afinal, passamos um terço da vida nessa posição. “Travesseiro e colchão não é só uma questão de férias, é uma questão de vida muito importante para a nossa saúde”, alerta Clarice Tanaka, chefe do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina. “Não importa se o colchão é de mola ou de espuma, ele precisa ter uma densidade boa.”

Segundo Raquel, colchão bom é aquele em que você deita e não afunda. Mas não pode ser muito duro também, senão a pessoa acorda no meio da noite sentindo a pressão nas saliências ósseas do corpo. Se você pensa que um marido mais gordinho e uma mulher mais magrinha vão ter de dormir em camas separadas, está enganado. A indústria de colchões já encontrou uma solução para isso: camas de casal com densidades diferentes em cada metade.

Quando o assunto é travesseiro, o problema é a altura. “Tem de calcular a distância entre o ombro e a cabeça, de modo que esta se alinhe com o corpo”, explica Raquel. Para quem dorme de lado, “o melhor é não ter uma perna em cima da outra. Se dormir sobre o lado esquerdo, coloque a perna direita mais à frente com um travesseiro embaixo para compensar a altura da outra perna”, diz Clarice. De barriga para cima, um apoio embaixo dos joelhos colabora para tirar o estresse de tensão, facilitando o relaxamento.

“Quando percebo que aquele soninho está chegando, vou dormir na cama”, conta Márcia Pina Albe, secretária da Diretoria do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas. “Estou acostumada a dormir em travesseiro anatômico e uma vez até deitei no colchão na loja para experimentar.”

Dormir de bruços não é recomendado, porque aumenta as curvas da coluna lombar e a cervical fica mal posicionada. No entanto, algumas pessoas sentem-se mais confortáveis nessa posição, dormindo com a barriga aquecida. Os problemas relacionados a posturas inadequadas, inclusive durante o sono, podem ser revertidos. O chato é que quando alguém troca de travesseiro, demora de uma semana a dez dias para se acostumar. Quando muda o colchão ou a posição de dormir, pode levar até dois meses para se habituar.

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