![© Francisco Emolo](ilustras/capa01.jpg)
“Hoje, requer-se um tipo de educação mais polivalente, que forme
um indivíduo capaz de fazer várias coisas, do que qualquer educação
muito voltada para uma profissão muito limitada.” José Paulo Zeetano
Chahad
![© Cecília Bastos](ilustras/capa02.jpg)
“Quem se inserir nessa sociedade complexa vai sobreviver. É um darwinismo.
Quem não se inserir vai ficar desempregado.” Gilson
Schwartz
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![](img_internas/teste.gif) |
![](img_internas/teste.gif)
Todos
os anos, em 1º de maio, comemora-se
o Dia Mundial do Trabalho. A celebração
foi criada em 1889, por um Congresso
Socialista realizado em Paris, em homenagem à greve
geral de 1º de maio de 1886, ocorrida
em Chicago, o principal centro industrial
dos Estados Unidos naquela época.
Na ocasião, operários morreram
lutando por condições de
trabalho mais dignas e humanas.
Hoje, no entanto, a batalha começa
mais cedo: diante de um mercado extremamente
saturado, trabalhadores brigam entre si
para conseguir um emprego. Essa realidade é ainda
mais marcante entre os jovens. Segundo
dados do Ministério do Trabalho
e do Emprego, os jovens desempregados somam
cerca de 3,5 milhões, ou 45% do
total de 7,7 milhões de desempregados
em todo o País. Diante disso, está cada
vez mais difícil para a juventude
saber como construir uma carreira profissional
estável e bem-sucedida. Mais do
que isso, aliar sucesso profissional à realização
pessoal parece uma tarefa quase impossível.
Segundo José Paulo Zeetano Chahad,
professor da Faculdade de Economia, Administração
e Contabilidade (FEA/USP) especializado
em Economia do Trabalho, o desemprego dos
jovens é uma realidade no mundo
todo. “O fato de incidir muito sobre o
jovem não é uma prerrogativa
brasileira nem paulista, é universal.
O jovem tem como características
a inexperiência e a baixa qualificação,
e isso determina o desemprego. Discrimina-se
o não-qualificado. Como o jovem é não-qualificado
ele é discriminado”, argumenta.
No caso brasileiro, há um agravante:
embora o crescimento demográfico
esteja diminuindo atualmente, ele foi muito
grande até algumas décadas
atrás, gerando a chamada “onda jovem”.
Chahad explica que, em função
das altas taxas de natalidade do nosso
passado recente, hoje muita gente está afluindo
para o mercado de trabalho, que fica sobrecarregado.
Some-se a isso a baixa escolaridade da
maioria dos brasileiros e o resultado são
as altas taxas de desemprego atuais.
Para o economista e sociólogo Gilson
Schwartz, o investimento em educação é fundamental,
mas deve ser feito de maneira racional,
levando em consideração as
demandas da economia do século 21.
Professor do Departamento de Cinema, Rádio
e TV da Escola de Comunicações
e Artes (ECA/USP), Schwartz dirige um projeto
que atua nesse sentido, a Cidade
do Conhecimento, procurando
promover uma interação entre
economia de mercado, espaço público,
comunidades locais, tecnologias digitais
e gestão estratégica do conhecimento.
Segundo Schwartz, a sociedade contemporânea
passa por uma mudança global de
padrões. Isso cria a necessidade
de um novo perfil de competências,
qualificações e modos de
aprendizado, ao qual o sistema educacional
convencional está completamente
inadequado. Por isso, ele criou uma disciplina
denominada Iconomia, que é uma combinação
de engenharia, economia, administração,
contabilidade, matemática, estatística,
computação, comunicações
e artes. “É a combinação
do conhecimento dessas várias áreas
que dá a qualificação
que hoje é necessária. No
entanto, na estrutura da própria
universidade, essas áreas estão
completamente separadas”, lamenta.
Para o professor da ECA, a internet é uma
ferramenta útil para superar essa
defasagem provocada por um sistema educacional
anacrônico. “Com a internet, a busca
do conhecimento se abre. No entanto, o
risco de você cair numa confusão
e apenas consumir porcaria é tão
presente quanto em qualquer feira popular
do interior do nordeste. Tem que saber
o que você vai comprar, de quem você vai
comprar, como você vai interagir.”
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