O mercado de trabalho permite escolhas?


 

“O jovem está muito em risco se ele só escolher aquilo que no mercado está sendo mais demandado. Ele deve garantir aquilo que gosta e, frente ao que ele gosta, ver no mercado onde aquilo está sendo demandado, às vezes de maneira modificada, mais criativa, acoplada a uma situação mais nova. O jovem tem que estar aberto às brechas de mercado que ele pode ocupar.” Yvette Lehman

Acervo pessoal de Maria Solizete Granziol Silva
“É importante ser polivalente, não ficar numa coisa só.” Maria Solizete Granziol Silva

Acervo pessoal de Jõao Luiz Notariano
“A coisa mais importante é fazer o que a gente gosta, com amor”. João Luiz Notariano

Maria Solizete Granziol Silva é secretária de pós-graduação no Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) há quase 30 anos e acha que poderia estar feliz atuando em outras áreas também: “Gosto bastante do que faço, estou numa área que me satisfaz, mas sou uma pessoa de fácil adaptação”. Já sua filha, recém-formada em Saneamento Ambiental , por não conseguir encontrar emprego, trabalha dando aulas de inglês. “Ela estudou a língua desde a adolescência e isso ajudou muito. É importante ser polivalente, não ficar numa coisa só”, argumenta a mãe.

De fato, Yvette Lehman explica que fazer várias atividades diferentes é uma nova maneira de se sobreviver no mercado atual. Ela ressalta, no entanto, que isso não significa abrir mão de trabalhar com aquilo que se gosta: “Você nunca vai poder anular as suas afinidades, porque se trata de uma demanda pessoal, existencial. Não adianta você fazer uma coisa só por dinheiro, se sentir vendido e não sair satisfeito, não respeitar o que você está fazendo”.

O pensamento de João Luiz Notariano vai na mesma direção. Pós-graduado em Ciências Contábeis , ele é funcionário da USP desde 1981. Na ocasião, recusou um emprego numa empresa de telefonia que pagaria mais que o dobro do que ele receberia na USP, porque queria trabalhar com aquilo que gostava. “A coisa mais importante é fazer o que a gente gosta, com amor. Não vale a pena ter uma fortuna e não ter um bom relacionamento em casa, na família e no trabalho.”

 

As Profissões do Futuro
Gilson Schwartz
Editora Publifolha
112 páginas
R$ 17,90

 

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