Fotografia, montagem e trilha sonora: Andre Farkas
e Arthur Guttilla
Grafitagem: Coletivo 5Zonas
A exibição para o público é o momento de concretização da experiência de produção do filme. Ali, o espectador completa o sentido da obra com a sua opinião, sua ênfase, seu olhar sobre o que é apresentado. Neste sentido, podemos dizer que não existe uma visão original e mais verdadeira que outra sobre uma obra. Nem a do roteirista ou diretor. A obra quando está no ar já não nos pertence mais. Ela é agora do mundo e passível a reinterpretações, refutações e ressignificações.
Na expectativa por esta diversidade de reapropriações da obra, organizamos em dezembro de 2011 dois encontros de exibição e debate do documentário A arte e a rua, sendo um no centro da cidade, no espaço Matilha Cultural e o outro na periferia, no Instituto Pombas Urbanas, em Cidade Tiradentes. Convidamos para o debate representantes do poder público, do terceiro setor, acadêmicos, produtores culturais, artistas locais e protagonistas do filme para garantir a pluralidade de olhares sobre a obra, imaginando também que tal encontro resultaria em uma série de tensões entre os diferentes pontos de vista, que ansiávamos conhecer.
Nossos interlocutores nos debates são os principais atores dos “Bastidores” deste livro. Impactados pelas cenas do filme, pela força de seus protagonistas, e a partir de suas reflexões e experiências particulares com a arte e a cidade, posicionam-se, criticam, trazem suas referências e abrem caminhos que podem ser percorridos por outros espectadores, como você, leitor, que é convidado a dar continuidade a este debate.
Direção: Carolina Caffé e Rose Satiko Gitirana Hikiji
Fotografia: Rafael Nobre
Roteiro: RDM, Daniel Hylario, Carolina Caffé e Rose Satiko
Edição: Ricardo Dionisio
Artigo na Revista Vibrant
Analisamos neste artigo um projeto de realização etnográfica de produtos audiovisuais e hipermidiáticos iniciado em 2009, com o Mapa das Artes de Cidade Tiradentes, e concluído em 2011, com o lançamento do filme A arte e a rua. O projeto teve como pressuposto o conceito de Jean Rouch de antropologia compartilhada, mas possui suas especificidades, uma vez que foi desenvolvido em um momento marcado pela intensificação da produção e compartilhamento de imagens, assim como pela emergência de variadas formas colaborativas de produção de informação, dada a popularização das Tecnologias da Informação e Comunicação. Abordamos três momentos distintos deste projeto de antropologia visual compartilhada: a pesquisa de campo, a ilha de edição, e as exibições dos filmes etnográficos. [texto em inglês]
Artigo na Revista Cultura e Extensão da USP
O artigo apresenta os primeiros resultados do projeto de extensão e da experiência de produção e exibição de um mapa digital interativo e de um filme etnográfico com artistas da Cidade Tiradentes, distrito periférico da Zona Leste da cidade de São Paulo. Discutimos a produção colaborativa do mapeamento, a realização do filme etnográfico e a circulação do filme, em especial, nos dois debates realizados em dezembro de 2011 com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo. Os processos de produção do mapa e do filme, assim como os debates que sucedem seus lançamentos, apontam para a importância da produção compartilhada de conhecimento como metodologia dos trabalhos, para a potência criativa e política da apropriação popular das novas tecnologias, além de promover uma reflexão sobre a relação entre a produção artística e uma forma específica de apropriação do território urbano.
Antropologia, Arte e Sociedade – 7º Seminário Imagens da Cultura / Cultura das Imagens. Organização: Ariane Daniela Cole e José da Silva Ribeiro. Volume 01. São Paulo: Altamira Editora, 2012. [link para o artigo]