JOÃO GUIMARÃES ROSA
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O mundo misturado: romance e experiência em Guimarães Rosa
Davi Arrigucci Jr.
Novos Estudos CEBRAP, n. 40, 1994-
p. 7-29
Este ensaio de interpretação do Grande sertão: Veredas trata da forma mesclada do romance de formação com outras modalidades de narrativa, provindas da tradição oral, em consonância com o processo histórico-social que rege a realidade também misturada do sertão rosiano. O grande sertão, múltiplo e labiríntico, origem do mito e da poesia, é visto em seu desdobrarse numa espécie de mar para a existência épica: campo da guerra jagunça e das aventuras de um herói solitário, Riobaldo. Ao abrir-se o livro, esse ex-jagunço surge como o contador de casos que acaba narrando sua vida a um interlocutor da cidade e colocando-lhe questões que nenhum dos dois pode responder. O estudo descreve e tenta apreender assim a mistura peculiar que define a singularidade do livro, intrinsecamente relacionada ao mundo misturado que tanto desconcerta esse narrador, cujo desejo de saber vai além da sabedoria prática do narrador tradicional, pois envolve questões do sentido da experiência individual, típicas do romance, voltado para o espaço urbano do trabalho e da vida burguesa. Na reconstrução da mistura como um todo orgânico, em que o romance parece renascer do interior da poesia do mais fundo do sertão brasileiro, se busca tornar inteligível um verdadeiro processo de esclarecimento. Por ele, Riobaldo, ao repassar o vivido e sua paixão errante por Diadorim, se esquiva da violência mítica do demo que marcou sua existência, expondo-a à luz da razão. Isto faz da travessia desse herói problemático de romance, homem humano, um contínuo aprender a viver ? a real dimensão moderna da obra-prima de Guimarães Rosa. Palavras-chave: literatura; romance; Guimarães Rosa; Grande sertão: Veredas.
Palavras-chave do autor:
Grande sertão: veredas
|
João Guimarães Rosa
|
literatura
|
romance
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Um ensaio inédito de Guimarães Rosa
Frederico A. C. Camargo
Revista do IEB, n. 55, 2012-
p. 183-204
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Cadernetas de viagem: os caminhos da poesia
Maria Neuma Barreto Cavalcante
Revista do IEB, n. 41, 1996-
p. 235-247
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Palavras pegantes que vão rompendo rumo: a revolução da linguagem em
Grande sertão: veredas
Eduardo de Faria Coutinho
Scripta, v. 9, n. 17, 2005-
p. 122-129
Com base no tratamento que Guimarães Rosa dá à linguagem em sua obra, e particularmente no Grande sertão: veredas, desenvolvemos neste ensaio algumas reflexões acerca do sentido e função da "revolução linguística" empreendida pelo autor e da atuação dessa "revolução" sobre a figura do leitor, que passa a ser visto como um copartícipe do processo criador.
Palavras-chave do autor:
Ficção rosiana
|
papel do leitor
|
Revolução da linguagem
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A originalidade das Primeiras Estórias e a estrutura arquitetônica do livro
Maria Lucia Guimarães de Faria
Revista Garrafa, n. 3, 2004-
As Primeiras estórias como atos genesíacos primordiais. O princípio do uno e do múltiplo regendo a proliferação das estórias. Os quatro pilares fundamentais que sustentam a estrutura arquitetônica do livro: a catábase, o personagente, o psiquiartista e a alegria. O entrelaçamento destas noções e o seu desdobramento nas estórias. A estória medial – “O espelho” – e as duas estórias extremas – “As margens da alegria” e “Os cimos” – como o princípio ativo do livro a partir do qual as outras dezoito estórias seguem-se umas às outras num percurso progressivo de desvelamento e engrandecimento do homem. A seqüência das estórias e a sua orquestração conjunta na composição de um enredo harmônico. As correlações internas entre as estórias. O destino ascensional da alma e os ecos plotinianos na obra rosiana.
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João Guimarães Rosa, um filossemita? A questão judaica, as cartas e o testemunho de Israel Klabin
Jacques Fux
Crítica Cultural, v. 7, n. 1, 2012-
p. 117-135
Este artigo tem como objetivo mostrar as relações que João Guimarães Rosa travou com a família judaica de Israel Klabin. A partir das correspondências entre Rosa e Klabin e de uma entrevista realizada por mim, intento demonstrar o filossemitismo de Rosa. Além disso, com base em documentos, livros e pesquisas, discuto o conhecimento e a atuação de Rosa na emissão de vistos para judeus durante seu período na Embaixada Brasileira em Hamburgo.
Palavras-chave do autor:
Antissemitismo
|
Filossemitismo
|
Nazismo
|
Rosa
|
testemunho
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Quem é o narrador do Grande Sertão?
Wladimir Antônio da Costa Garcia
Travessia, v. 7, n. 15, 1987-
p. 96-106
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O trágico em A hora e a vez de Augusto Matraga: uma leitura nietzschiana
Paulo Henrique da Silva Gregório
Pandaemonium germanicum, n. 16, 2010-
p. 184-203
Neste artigo é feito um estudo do conto “A hora e a vez de Augusto Matraga”, de Guimarães Rosa, de modo a se observar como o trágico manifesta-se nessa obra e como ele pode representar um sinal de salvação para a personagem principal. Tal estudo está ancorado na concepção de trágico nietzschiana, segundo a qual a tragédia se constitui a partir da fusão de duas forças opostas, referentes aos espíritos de Apolo e Dioniso, representantes da aparência e da essência, respectivamente.
Palavras-chave do autor:
A hora e a vez de Augusto Matraga
|
Guimarães Rosa
|
Nietzsche
|
trágico
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O dicionário como antologia lírica, romance, autobiografia
Helena Martins
Letras, UFSM, v. 24, n. 48, 2014-
p. 69-85
Este artigo reflete sobre um depoimento de Guimarães Rosa, no qual o escritor, contrariando a imagem típica do dicionário como testemunho de um sistema objetivo de representação, caracteriza-o, de forma alternativa e paradoxal, como a um só tempoantologia lírica, romance e autobiografia. Toma-se tal depoimento como metonímia de um pensamento sofisticado e relevante sobre a linguagem e discute-se a pertinência de lhe dar lugar em uma História das Ideias Linguísticas.
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João Guimarães Rosa: diálogo com os tradutores
Evelina Hoisel
Floema, n. 3, 2006-
p. 87-102
Estudo da correspondência de João Guimarães Rosa com os tradutores Edoardo Bizzarri, Curt Meyer-Clason e Harriet de Onís. Observase a importância da correspondência para o trabalho da tradução, no sentido de resolver determinados impasses suscitados pela originalidade do material lingüístico a ser traduzido, e para a compreensão do processo criador. Explicita-se como, para Guimarães Rosa, o diálogo epistolar ? o pacto de colaboração ? que se estabelece entre ele e os tradutores é uma oportunidade para a reflexão a posteriori de seu processo, é o momento propício para assumir os erros e para revelar sua ânsia de perfectibilidade.
Palavras-chave do autor:
correspondência com os tradutores
|
João Guimarães Rosa
|
processo criador
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Regionalismo e transfiguração em Grande sertão: veredas
Luciano Dias Cavalcanti
Revista Recorte, v. 8, n. 2, 2011-
p. 1-10
Este ensaio busca verificar como Guimarães Rosa, em Grande sertão: veredas, um dos mais importantes romances da literatura brasileira, elabora sua narrativa utilizando-se da tradição regional e da moderna.
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Guimarães rosa: uma reflexão sobre a questão da identidade nacional
Maria de Lourdes Viana Lyra
Revista de Letras UFC, v. 1/2, n. 28, 2006-
p. 144-148
A partir da discussão levantada por Guimarães Rosa no texto Pé-Duro, Chapéu-de-Couro, sobre a busca dos fundamentos da nacionalidade, o artigo enfoca a reflexão desenvolvida sobre os fundamentos da identidade nacional, analisando o tempo histórico correspondente e ressaltando o empenho do autor pela valorização das raízes sertanejas na constituição da nacionalidade brasileira.
Palavras-chave do autor:
Identi- dade nacional
|
Nacionalidade
|
Raízes sertanejas
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O mito do pacto em Grande sertão: veredas
Adriana Rodrigues Machado
Nau Literária, v. 4, n. 2, 2008-
p. 1-11
Este artigo visa apresentar algumas considerações sobre o mito do pacto em Grande Sertão: Veredas. Percorrendo desde a origem do mito fáustico, procuro analisar alguns elementos que revelam o caráter mágico do texto, tais como as ilustrações cabalísticas, os símbolos astrológicos, e algumas das leis do ocultismo, tendo como referência a Filosofia Hermética e a Síntese da Doutrina Secreta, de Helena Blavatsky.
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14/24
João Guimarães Rosa: a invenção da linguagem
Bruno Focas Vieira Machado
Itinerários, n. 33, 2011-
p. 233-242
A língua, na perspectiva de João Guimarães Rosa, é uma marca que se imprime de maneira particular em cada sujeito falante e que se presta a um uso singular. As palavras, pois, se prestam a um uso de comunicação e veiculam um sentido, mas igualmente resistem ao próprio sentido. O próprio Guimarães Rosa demonstra isso em sua obra literária ao criar uma língua própria, formada por neologismos, aglutinações de palavras, sentidos conferidos pela homofonia e por sons que são próprios da vida e da fauna sertanejas. Há um ilegível que atravessa e insiste em todos os seus escritos, um ponto que resiste a toda e qualquer tentativa de decifração. A partir das noções expostas, busca-se abordar as concepções linguísticas e literárias de Guimarães Rosa a partir da Psicanálise, se utilizando das concepções de linguagem e escrita próprias do último ensino de Lacan.
Palavras-chave do autor:
escrita
|
invenção
|
linguagem
|
literatura
|
sentido
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O autor faz o pacto: "Posso me esconder de mim?"
Márcia Marques de Morais
Scripta, v. 9, n. 17, 2005-
p. 201-209
Palavras-chave do autor:
Gênese e narrativa
|
Guimarães Rosa
|
Narrador do romance
|
Romance e contos rosianos
|
Subjetividade autoral
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16/24
O tempo às avessas da negatividade rosiana
Héctor Olea
Revista USP, n. 29, 1996-
p. 143-148
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O amor entre opostos: alteridades em conflito em "Orientação"
Aline Maria Magalhães de Oliveira
Via Litterae, v. 2, n. 2, 2010-
p. 527-540
Guimarães Rosa foi um escritor apaixonado pela diferença, por culturas e línguas diversas, valorizando cada uma igualmente. Sua paixão rendeu inúmeros personagens estrangeiros que são inseridos no sertão mineiro, despertando paixão e conflito entre alteridades. O conto “Orientação” traz uma situação ainda mais inusitada, pois narra uma história de amor entre alteridades extremas: um chinês e uma mineira. Mostraremos como o convívio com o estrangeiro é difícil mesmo quando o amor está envolvido na relação e como a diferença que atrai o casal é a mesma que os separa no fim. Nessa “estória” de amor e desencanto, refletiremos sobre a situação do imigrante e veremos como o escritor transculturador transita entre as duas culturas respeitando as alteridades.
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A poesia de convergência e a imagem especular em Guimarães Rosa
Érica Alves Rossi
Línguas & Letras, v. 15, n. 29, 2014-
Filiados a um contexto literário em que o poeta busca a reconciliação entre o “eu” e o universo sem rejeitar a consciência do fazer poético e a renovação da linguagem, os poemas de Guimarães Rosa em Ave, Palavra aproximam-se do que Octavio Paz denominou de “poesia de convergência”. Tal visão analógica metaforiza-se nos poemas por meio do mito de Narciso e por imagens que associam o reflexo e o encontro do Outro como forma de conhecer a si mesmo. O presente trabalho objetiva apresentar uma leitura das referidas composições poéticas examinando como a analogia se estabelece, aproximando-as das demais produções de Guimarães Rosa, identificando-as, não como acidente na obra o autor, mas como produção portadora das inquietações que acompanham o artista em sua trajetória literária.
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Indicações de (re)leitura: o desdobramento dos índices em
Corpo de baile
e
Tutaméia
Clara Maria Abreu Rowland
Scripta, v. 9, n. 17, 2005-
p. 85-94
Considerando em paralelo os índices de Corpo de baile e de Tutaméia, o presente trabalho pretende colocar o problema da construção do livro na obra de Gu imarães Rosa. A reflexão sobre a relação entre livro, leitor e releitura proposta em Tutaméia através do desdo bramento dos índices e do trabalho sobre as epígrafes de Schopenhauer prolonga e desenvolve o questionamento que estava patente, de forma menos objetivada, em Corpo de baile. Ao mesmo tempo, o investimento na noção de "parábase" em Corpo de baile é transportado para o jogo com os "Prefácios" de Tutaméia. Coloca-se, nessas classificações, o problema da relação do limiar do livro com o livro, mas também a questão do investimento autoral de que esse espaço se reveste. Trata-se de indicações de (re)leitura que prescrevem e refletem os movimentos do leitor como elemento que possibilita a obra, espelhando a estrutura da relação narrador/ interlocutor encenada em vá rios textos de Guimarães Rosa. Através de uma comparação dos dois casos em análise, tentar-se-á delinear uma cartografia da releitura em Guimarães Rosa como forma de tornar "orgânica" (e viva) a forma do livro (e da escrita) enquanto representação de uma realidade perenemente "movente" e não concluída.
Palavras-chave do autor:
Leitura
|
livro
|
narração
|
parábase
|
releitura
|
Representação
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Guimarães Rosa e Monteiro Lobato: uma aproximação insólita
Maria Aparecida Santilli
Scripta, v. 5, n. 10, 2002-
p. 274-285
Poderá ser surpreendente fazer pendant de escritores, com Guimarães Rosa e Monteiro Lobato. Mas haverá, no mínimo, a procedência de ser ilustrativo do trabalho que aqui se apresenta. Ficou, em nossa memória mais remota de leituras, que as figuras encantadoras do imaginário infanto-juvenil europeu, em sua coorte de significados, desembarcaram, com Lobato, para nacionalizarem-se em terreiro do Brasil. Mas ficou, também, em nossa memória mais recente de leituras, que o pensamento dos antigos ou “clássicos” da Grécia, em seus sedutores achados, pousou no sertão grande de Guimarães Rosa, transfundindo-se à passagem pelas veredas da metabolização cultural brasileira. Este trabalho tem, então, o objetivo de refletir sobre tal operação, realizada no processo da alquimia literária rosiana, através de recorte estabelecido à volta do conto “A hora e a vez de Augusto Matraga”, de Primeiras estórias.
Palavras-chave do autor:
Fatalidade
|
Guimarães Rosa
|
Monteiro Lobato
|
O minotauro
|
Páramo
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