O objetivo deste trabalho está em analisar no conto Vida ensinada a matéria dos paradoxos, pois eles denunciam no âmbito do senso comum legitimado por relações sociais a existência de um outro, silenciado, pelos vazios do consenso. Assim como, buscará apreender o trânsito que se dá entre os espaços do estético e do ético na narrativa rosiana, como dilema inerente à formação por meio dos paradoxos; logo, pensar a educação e, conseqüentemente, a política, traz em sua raiz o refletir sobre a questão de se contemplar a verdade, por mais que ela esteja nas reticências do tempo, nas sobras dos afetos.
O propósito deste trabalho é observar como se processa o uso dos paradoxos nas narrativas de Tutaméia - Terceiras Estórias. Para tanto, faz-se necessário definir tal uso enquanto uma estratégia discursiva capaz de desvelar as implicações do inefável nos contos rosianos. À consecução desse objetivo, será apontado o caráter transgressivo do paradoxo, que percorre os efeitos, decorrentes de sua funcionalidade, tais como os aspectos - lógico, ético, histórico, estético e paródico -, tendo em vista analisar os jogos de sentido sobre os temas da verdade, da violência, da relevância marginal, nos raciocínios complexos e na impenetrabilidade dessa estratégia.