O presente artigo procura discutir as noções de SER e de TEMPO na relação
dialógica entre cultura e linguagem nos contos Sorôco, sua mãe, sua filha, de João Guimarães
Rosa e A Carta, de Mia Couto. É uma busca de análise comparativa na qual procuramos
identificar os elementos convergentes entre as duas obras. Metodologicamente fizemos uma
abordagem teórica a partir de Heidegger (1997), Bakthin (2000) e Said (1993). A abordagem
filosófica pautada na abordagem teórica e cultural possibilita a percepção de nuances nos
contos que apontam para diferentes vozes que se sobrepõe e ao estatismo da narrativa.
Conclui-se que, tanto Rosa, quanto Couto, mesmo separados, conseguiram imprimir um
caráter altamente filosófico em seus contos e trouxeram discussões importantes sobre a
relação do ser e do tempo presentes na literatura.