Os animais se acompanham, através de eras e culturas, dum misto de fascínio reverente e desdém
superior, mas qualquer que seja a tendência que predomine, a alteridade radical dos bichos convida
sempre à estetização. É o que tem mostrado a recente vaga de atenção ao mundo não-humano em
literatura, revelando, em nomes conhecidos, nítidos pendores zoopoéticos. Ensaiamos aqui um
breve sobrevoo das obras de três zoopoetas brasileiros incontornáveis.