Esta pesquisa tem o objetivo de investigar a leitura como tarefa interpretativa e ato performático, à luz das teorias de leitura e leitor de Iser e dos estudos de Zumthor sobre leitor, corpo e voz. A reflexão sobre a categoria narrativa leitor terá por corpus de análise o conto Meu tio o Iauaretê, de Guimarães Rosa. Narrativa que leva a palavra ao limite da não-palavra, por meio de grunhidos, onomatopéias e outros conjuntos sonoros, que são presenças vocais embora não lingüísticas. Tal desarticulação cria uma linguagem-onça, fazendo da narrativa um espaço de metamorfose seja do narrador e do interlocutor, no plano da história, seja do autor e do leitor implícito, no plano do discurso. Abrem-se para o leitor empírico, então, três possibilidades de papéis na sua interação com o texto: a do interlocutor ou ficção do leitor, inscrito na própria história; a do leitor implícito na sua ação de preenchimento dos vazios do texto e a do leitor-performer em ato de imersão multisensorial no corpo a corpo com essa escritura vocalizada
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