Este artigo tem como objetivo refletir sobre a presença da língua francesa em “Do Diário em Paris” e “Do Diário em Paris-III”, narrativas do livro Ave, Palavra, do escritor João Guimarães Rosa, publicado pela primeira vez em 1970. Para isso, abordaremos a língua francesa sob a perspectiva das imagens poéticas ao longo do texto, cujas construções colocam-se entre o cotidiano de Paris e as metáforas do “lieu”. Assim, nossa reflexão dar-se-á em torno das metáforas, tal como aparecem na narrativa roseana, desenvolvendo-se em breves frases, assim como no poema final, elaborado em francês, dividido em cinco estrofes, totalizando dezoito versos. Nesse sentido, propomos uma leitura do “diário” a partir de suas construções poéticas, as quais nascem do cotidiano da cidade, demarcadas em nomes de ruas, estações de trem, paisagens e relações sociais.
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a presença de Paris como experiência poética em Ave, Palavra (2009), de João Guimarães Rosa. Para isso, analisaremos as várias imagens que se amontoam ao longo das impressões do autor diplomata no que tange à relação do homem a partir da cidade. Assim, pela impressão, o poeta toca o lugar, inserindo-o no plano reflexivo, sobretudo ao participar de experiências universais, em que há espaço para o ennui, em sentimentos que se conformam na tristeza, tédio da paisagem deprimente, em Spleen, assim como estímulo da poiesis no passeio público, em zológicos, parques e restaurantes. Neste estudo, discutiremos a presença de uma poética em Paris nos textos “Terrae Vis”, “Do Diário em Paris”, “Zoo (Jardin des plantes)” e “Zoo (Parc Zoologique du Bois de Vincennes)”.
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