O presente artigo discute como a linguagem performativa constitui, na obra de João Guimarães Rosa, uma estratégia discursiva que se presta à valorização da língua oral, bem como à adoção dessa variedade linguística como elemento de constituição (e construção) da nacionalidade. E, como tal, toma-se como objeto de estudo o conto “Meu Tio o Iauaretê”, da obra Estas Estórias, do aludido autor. Nele, a oralidade desponta num procedimento performático que consegue definir e caracterizar uma das variedades de uso efetivo de uma mesma língua – a oral –, na mesma medida em que consegue contemplar várias outras possibilidades que compõem o repertório linguístico de uma nação/sertão. E, nesse sentido, o trabalho poético – numa obra que se quer em prosa – constitui um dos mecanismos adotados por G. Rosa para garantir evidência e notoriedade a uma das modalidades linguísticas que caracteriza a língua efetivamente potencializada em uma dada região específica (sertão) da nação brasileira.
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