Como uma das possibilidades de escapar da execução de um possível contrato feito nas Veredas Mortas com o Diabo, o narrador-protagonista de Grande sertão: veredas conta sua longa estória ao seu compadre Quelemém e a um senhor da cidade. A esse último, Riobaldo força a narrativa, impõe seu julgamento, obriga os fatos, e faz dela remissão da sua vida. Essa narrativa – que se volta e se move sob si mesma, que transita de uma margem à outra, que parte e remonta o viver de seu narrador e personagem – é uma das possibilidades de salvação do pacto e da (não) existência do Diabo. Porquanto ela é constituída a partir da simulação, do fingimento e do logro, bem como marcada entre o indizível e o dizível. Assim, esse artigo analisa a narrativa mefistofélica de Riobaldo – um
narrador que conduz a estória ao figurar uma imagem do Diabo, ao crer no seu existir, ao pronunciar seu nome e aceitar seu ser. Contudo essa narrativa mefistofélica vulgariza a presença do Diabo, constrói a dúvida, questiona
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