Esta tese, As Faces e Facetas do Diabo na obra de João Guimarães Rosa, faz considerações crítico-teóricas sobre a literatura do escritor mineiro, especificamente no que tange às figuras diabólicas - orações e rituais; feiticeiros/as; sedutores/as; O Diabo e o pacto - e suas articulações à narrativa. Como possibilidade de leitura, esse diálogo compara o ato narrativo à temática narrada, buscando perceber como Guimarães Rosa aproxima o que se conta. Para tamanho, percebe-se como essas imagens, que se reduplicam em outras, vão sendo expostas nos vários livros, no entanto mantendo as mesmas características. Partiu-se do conceito teórico formulado por Walnice GALVÃO (1972) "a coisa dentro da outra" para observar como certas representações vão reiteirar pela obra rosiana; noutra palavra: como um mote vai transitando na mesma e para outra narrativa. De maneira que a escolha pelas imagens diabólicas possibilitou compreender o jogo narrativo de Guimarães Rosa que, como no ritorrnelo de Riobaldo "o diabo na rua, no meio do redomoinho...", pode ser visto pelo vaivém e pela figura transeunte.
Como uma das possibilidades de escapar da execução de um possível contrato feito nas Veredas Mortas com o Diabo, o narrador-protagonista de Grande sertão: veredas conta sua longa estória ao seu compadre Quelemém e a um senhor da cidade. A esse último, Riobaldo força a narrativa, impõe seu julgamento, obriga os fatos, e faz dela remissão da sua vida. Essa narrativa – que se volta e se move sob si mesma, que transita de uma margem à outra, que parte e remonta o viver de seu narrador e personagem – é uma das possibilidades de salvação do pacto e da (não) existência do Diabo. Porquanto ela é constituída a partir da simulação, do fingimento e do logro, bem como marcada entre o indizível e o dizível. Assim, esse artigo analisa a narrativa mefistofélica de Riobaldo – um
narrador que conduz a estória ao figurar uma imagem do Diabo, ao crer no seu existir, ao pronunciar seu nome e aceitar seu ser. Contudo essa narrativa mefistofélica vulgariza a presença do Diabo, constrói a dúvida, questiona
Este artigo procura trabalhar com uma relação entre o conto “Meu tio o Iauaretê”, que narra as estórias e caçadas de um onceiro para um viajante, nas quais há uma série de assassinatos, que estão ligados aos pecados capitais e o filme ‘Seven’ lançado nos EUA em 1995, sob direção de David Fincher. Em que dois policiais, um jovem e impetuoso e o outro maduro e prestes a se aposentar, são encarregados de uma perigosa investigação: encontrar um ‘serial killer’ que mata pessoas seguindo a ordem dos sete pecados capitais. Salvas as inúmeras diferenças, é possível perceber que, como no conto de Rosa, o assassino do filme encontra em si um dos pecados: a inveja. Ainda caberia por em questão: quais relações essas narrativas têm com a ‘Divina Comédia’, já que é a partir da sua leitura que o homicida de 'Seven' vai elaborando seus crimes e por ela é descoberto. Aponta-se um lugar dialógico entre os textos ao expor essa suposição, além de abrir também possibilidades de comparação com outras narrat