Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Literatura.
Nas tramas da literatura, história e linguagem se entrelaçam e se desconstroem a todo tempo. Em cada leitura, um novo enlace ocorre e mais sentidos saltam do papel para que mundos possíveis sejam criados e novas vidas sejam experimentadas. A proposta desta pesquisa concentra-se no conto Meu Tio o Iauaretê, de João Guimarães Rosa, por um viés não antropocêntrico, extra-ocidental e com olhar direto na onça e no tupi. Desta forma, é possível aproximar a literatura e o pensamento indígena através da teoria do perspectivismo e da filosofia contemporânea que evidencia o animal-em-si. Entende-se, assim, a ética animal como um ideal de subjetividade que compõe uma política das diferenças, não para encaixotá-las sistematicamente, mas para respeitá-las na sua eterna heterogeneidade. E é considerando as infindas possibilidades de interpretação do conto de Rosa, que consideraremos esta como mais uma forma possível de leitura, onde história, ficção, animal, homem e escritura se misturam para borrar fronteiras, ecoar vozes e perseguir rastros.
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