Este artigo constitui uma curta análise de “Meu tio o Iauaretê” (novela de João Guimarães Rosa publicada pela primeira vez em 1961) que busca aferir possíveis sentidos à relação que o texto de Rosa, por ser um diálogo, impõe formalmente e à relação como dispositivo gerador da individualidade do narrador-contador. Além disso, o artigo investe em uma leitura de “Meu tio o Iauaretê” enquanto performativa da escolha pela ascendência materna do personagem-narrador. Este se determinará para além do hibridismo entre ser humano (e ter um pai) e ser onça (e ter uma mãe índia e um tio jaguaretê), reivindicando a materialidade específica do corpo que se transforma enquanto (se) narra como modo de aliar-se à linhagem da mãe. Para tanto, dialogarei com pensadoras feministas contemporâneas e com conceitos da Antropologia, em uma tentativa de criação de uma leitura politicamente motivada a partir do texto literário de Rosa.
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